sábado, 18 de dezembro de 2010

A saideira

A pior ressaca é a ressaca moral.
Porque você tava sóbrio suficiente para lembrar de toda a merda que fez.
Ressaca "normal", você fica enjoado, com dor de cabeça, o mundo pode ainda grar mais do que devia, mas se você não lembrar, talvez assim seja melhor.
Ressaca moral, você fica enojado, talvez em pânico, não consegue dormir, mesmo se esforçando ao máximo, você sente que nem ler mentes te ajudaria, que só voltar no passado e apagar mentes poderia ser um poder útil. Mas você vai levar esse fardo da não bebedeira, ou do final dela, pro resto da sua vida.
Se beber, beba até cair e não levante!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Relatos de vidas passadas pela minha (Parte I)

Nova história.
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FICHA

Melissa Lisar Baliat.
Mulher normal, por volta do 20, com complexo de agradar os outros e depois a si mesma.

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Ela sempre fazia tudo certo, ou pelo menos tentava, mas pelo jeito sempre errava. Ela entrava em depressão constantemente, ainda mais se a ignorasse. Sua mãe morreu quando ela era ainda pequena e ela culpava o seu pai por tudo, antes mesmo da adolecência. Cuidava do irmão mais novo, e só não tinha saido ainda de casa por causa dele. Ele precisava dela, era como um bichinho de estimação, só que felizmente ela não precisava limpar suas necessidades, mas igualmente ele precisava de carinho e atenção.
Como diz ali em cima na ficha ela pensava nos outros antes dela, mas aqui reportarei uma de suas histórias.
Ela estava namorando, já tinha uma tempo e aquele fogo inicial parecia ter apagado. Ela queria tudo, ela sentia tudo, vivia no extremo. Mas ao que parece era uma rua de uma mão só. Então pensou não estar agradando. Ela tentava de tudo, tudo para ser certo, mas continuava errando. Ela era a namorada perfeita e ele nem parecia ser um simples namorado. Passava por sua cabeça que se seu melhor amigo a beijasse na boca, ele seria mais namorado que seu dito namorado, eu talvez ele nem precisasse a beijar, ele já era mais presente mesmo.
Ela havia avisado antes de começar, "eu tenho problemas, eu tenho sempre que agradar. Eu tenho traumas, já sou um vaso quebrado. E eu nunca vou terminar com você, vou fazer você terminar comigo", talvez pela necessidade de agradar ela tenha se tornado otimista, ou foi mesmo pelo trauma de família.
Dia após dia, ela só conseguia ver, cada vez mais, que só ela dava e ninguém retribuia. "Eu só dou e me fodo" como sempre dizia, mas não mudava, nunca. A não ser dessa vez, ainda pensava o que poderia ter de errado com ela, mas queria e se achava no direito de pode ter. Não tinha assinado contrato, mas ela queria que ele queresse, estava cansada de chamar, empurrar, obrigar e ainda fazer tudo sorrindo. Ele morava com a mãe, seus pais eram separados, e apesar de agradar a mãe dele e ele falar que ela gosta de Melissa, ela parecia não quer que os dois tivessem momentos muito a sós. E na casa dela era impraticável qualquer tipo de privacidade envolvendo os dois. Só tinha o shopping, o cinema, a faculdade, e agora ele negava a ele até esse pouco que ela podia ter. Só tinha a faculdade, com um pouco de tempo entre as aulas e nem um pouco a mais depois delas. Sabe aquela famosa desculpa da dor de cabeça? Agora Melissa a conhecia bem de mais. Ele não era mais o namorado que nunca foi. Ele só era alguém com quem ela ficava às vezes entre as aulas para descontrair e que nada ela podia exigir, que por conveniência chamava de "namorado".
Numa dessas vezes, que ela inutilmente o chamou para sair e ele recusou, ela saiu foi beber, bebeu tanto que nem sabe como acordou num motel, ao lado de um amigo de faculdade.
(continua)

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

E se eu precisasse de você?

Eu choro no escuro pra ninguém ver. Eu choro no escuro para me enganar. Eu choro debaixo de chuva ou do chuveiro para que as lágrimas se confundam com a água que cai e na ilusão de que assim a dor vá para o ralo mais próximo.
Eu choro, choro e choro. Mas não na frente de alguém, não posso ser fraca, não posso ser franca.
Não quero impor o que talvez não seja universal, o que talvez só seja para mim. E eu sofro por isso. Sofro por não ver, não saber, não ouvir. Tudo o que eu sempre quis, talvez não sejá mais. Só não é mais.
Eu amplifico tudo, e doe por dentro. Eu amplifico e guardo. É um aneurisma, ele está lá, eu posso viver toda a minha vida com ele, mas com uma simples batida de cabeça, um pequena força a mais, tudo vira uma bomba relógio.
Eu só sei que não é isso o que eu quero quando eu tô no meio, aí é tarde demais pra devolver a Coca e pedrir meu dinheiro de volta.
Então, me ajude a decidir. Porque, se eu cair, você vai estar lá para me pegar?