segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Wonderland

E assim eu me sinto. Meu corpo se fundindo a cama, minha garganta ainda reclama, seguida de vibrações por todo o meu corpo. A luz incomoda, parece avivar minha dor. Tudo vibra sem reconhecer meu estado de inércia.
Na escuridão parece à deriva, rodando num eixo imaginário que me espeta pelo umbigo. Vou parando de sentir meu corpo aos poucos, até que, sem eu perceber a transição, eu acordo em outro mundo.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

The Getaway

Só, sozinha. No frio da indecisão. Na solidão não escolhida. Seu cartão está estourado, pobre menina rica, cheia de sonhos adiados por um mês. Ele a olhava com repudio, como ainda poderia gostar dela.
O amor, segundo ele, era uma contradição de todos seus ideais, ela representava tudo que ele abominava e mesmo assim, a cada sorriso que ela dava, o seu coração disparava em um ritmo frenético. Ele sempre foi liberal, não tinha muito dinheiro, mas não perdia uma passeata, não importa o que era protestado. Defendia o poder das massas, mas apesar de posar como um rebelde, não se aprofundava muito nos assuntos.
Ela não o via, ela tinha mais com o que se preocupar. Posava de patricinha mimada, mas no fundo era uma nerd sozinha, ela não tinha tanto dinheiro assim e batalhava para conseguir o que tinha. Ninguém sabia da sua iniciação científica, e do quanto ela gostava de ser inteligente.
...

domingo, 13 de janeiro de 2013

Don't forget

Um aperto no meu peito, parece que algum ser invisível foi capaz de enfiar a mão e esmagar meu coração com força. Ficou até difícil de respirar. Eu indagava "Por que? Por que?", minha cabeça começou a zonzear, se é que isso é uma verbo. Não sei de mais nada, não sabia de mais nada. A dor tomou conta do meu corpo tão rápido, que as palavras não faziam mais sentido.
O telefone continuava a tocar, a música já estava me irritando. Eu não queria ouvir mais nenhuma palavra. Tentei respirar fundo, encher meus pulmões de ar. Tentei me acalmar, mas nada funcionava. Eu só queria chorar, chorar e quem sabe morrer. Não sabia se aquela dor iria continuar por muito tempo, eu só queria que parasse.
Não deixei nenhuma lágrima cair, apesar da dor do esfaqueamento sentimental. Sofri em silêncio e agora vai ser assim. Vou colecionar cicatrizes, vou ficar quieta. Já falei demais e de nada adiantou. Se você me quer bem, por favor entenda, porque da minha boca não vai sair nem mais um pio.
Você se lembra?