domingo, 19 de setembro de 2010

Espelho, espelho meu...

eu já sei o que vão falar
que eu estou quebrada
que meus traumas e cicatrizes
foram o que restaram para contar a história.

Uma confiança traída,
Um "eu te amo" largado e abandonado,
Uma batida com o dedinho do pé e
a auto confiança abalada desde que me lembro.

A depressão não é um sintoma,
A insegurança não é um sintoma,
A solidão e as lágrimas não são uma sintoma.
E tudo parte do que só eu passei, e que só eu entendo,
só eu sei e só eu senti.

Eles podem dizer que eu estou quebrada, mas por dentro eles também estão.

sábado, 18 de setembro de 2010

Passional

Mais uma vez ela estava encolhida, abraçando os joelhos, olhando pro nada, num canto de uma sala trancada. Ela tinha feito de novo o que disse que nunca mais ia fazer. Ela ignorou os fatos e seguiu o que sentia. Não prestou atenção aos detalhes, nem em quem estava a sua frente. Foi como se fechasse os olhos para o mundo real e fosse viver o seu sonho, e sem pensar no certo ou errado ela se entregou, sem nem pensar se ele também a queria do mesmo modo.
Seu crime foi passional contra sua própria pessoa, não a quem mais condenar. E agora ela sofria de um extremo oposto ao que tinha sentido no momento. Ela se via num meio reflexo na porta do armário, via a insegurança que tinha deixado de lado, via as dúvidas que chegaram tarde demais e pior de tudo, se via sozinha, sem ele, sem ninguém, sem ela, sem alma. Um corpo vazio e largado no canto da sala. Ela o amava, mas ela não sabia dele e aos poucos morria. De saudades. De solidão.

Antes do começo

"Certezas não tão certas,
mas do que o normal.
Se for para descrever o que anda em minha cabeça esses é isso, mas se você ainda quer que eu resuma tudo, é o seguinte:
Minha interrogação é você."

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Capítulo 1

"Minha vontade era de gritar e botar tudo pra fora, afinal também sou humana e sou mulher! Não é que eu não goste do lance físico, mas também gosto de um demonstração de carinho e não só isso. Gosto de que todos saibam, que todos vejam. Demonstração pública de afeto. Acho que é só isso que eu quero agora...
Tem vezes que eu chego a pensar que ele não gosta mais ou que eu não sou importante, que ele não me quer e que não é recíproco. Não quero parecer aquela coitada que ele tem que suportar para não quebrar o coração. Bobeira na maioria das vezes.
Mas ainda assim, eu sinto que tem alguma coisa errada. Talvez ainda não tenha me acostumado com esse seu jeito ou talvez eu ainda não te conheça direito. Por que pouco eu sei, realmente... mas se perguntarem seu cor favorita eu simplesmente chutaria, arriscaria, porque nem disso eu tenho certeza.

Preto"

sábado, 11 de setembro de 2010

"Também..."

Acho que de todas as palavras essa é a mais abominável, a que mais me assusta. Por que? Um também é um "eu não quero dizer o que você disse, mas não quero te magoar, então direi também". Um também, também pode ser verdadeiro, mas na maioria das vezes é só pra não deixar o outro mal. Porque se você realmente tem a intenção verdadeira de um também, quela que nunca é utilizada, você simplesmente repetiria a frase, mesmo parecendo bobo, e sem o também. Uma menina chega para um menino e diz: "Eu te amo!", ele responde: "também...". Ela indignada pergunta: "Também o que?", ele responde: "eu TAMBÉM te amo", enquanto pensa: "eu ainda não te amo, mas não quero que você fique mal e comece a chorar e fazer um escândalo (ou mais profundamente ele pensa: "me odeie e me deixe.)" Lógico que para "Te Amo" é mais complicado, ninguém gosta de ficar sem resposta, apesar de não ser uma pergunta. Mas eu preferia, ao menos ouvir um silêncio do que um TAMBÉM. É mais sincero e eu vou me sentir ouvida. Também é o que você fala quando não tem mais nada pra falar. Duas pessoas se encontram. Mariana: oi! tudo bem? (na verdade para ela também não interessa se a pessoa está bem, é só uma formalidade e educação) Ana: tudo e com você? Mariana: também e assim toda pergunta será bloqueada por um também, até a pessoa se tocar que ela não tá afim de falar nada e vá embora... Viu, também é uma palavra onde você não leva em consideração o que está sendo falado. é apenas um escape para não dizer a verdade sem magoar.. Também há outros casos, mas não preciso citá-los, você provavelmente já deve conhecê-los...