quarta-feira, 28 de abril de 2010

Por aí e além (Parte XI)

Fugindo.. era isso que eu estava fazendo. Olhava para os dois lados antes de passar pelas ruas e ao entrar na faculdade, repetindo mentalmente "não vou encontrá-lo, não agora. não vou encontrar com ele, não aqui.". Exatamente por eu não querer e também por não poder, já que eu estava atrasada para a primeira aula, eu encontrei com ele.
Ele estava sentado num degrau em frente a uma porta fechada, perto da entrada da faculdade, no corredor por onde ele tinha certeza que eu teria que passar. Talvez tenha sido a minha decisão, mas, hoje, ele já não parecia o mesmo, pelo menos para mim.
Eu sempre o via como o meu príncipe, ou como aquele cara errado que toda menina sonha em namorar, mas não hoje.
Hoje ele era real, de carne e osso, cabelo bagunçado, um meio sorriso no rosto ao me perceber e olheiras de uma noite mal dormida e apesar de aparentar de tentar aparentar a calma, ao me aproximar puder ver que estava ancioso e que esperava impaciente, embora não quisesse demonstrar, esperava por mim, pela minha resposta, pela minha decisão.
Taila Figueredo Brasil

terça-feira, 13 de abril de 2010

Por aí e além (Parte X)

Me livrei do vinho, ele só ia me dar dor de cabeça mesmo. Usar a bebida para fugir nunca me fez bem, sempre acabo pensando demais e desmaiando de sono e quando acordo não me lembro de nada que eu pensei. Então apenas deitei na cama e pensei. Fazer os prós e contras não fizeram muita diferença, já que eles praticamente se anularam. Pensei mais... e mais, mas não aguentei. Acho que nunca tinha pensado tanto na minha vida e aquilo estava me dando muita dor de cabeça. Tomei um comprimido, liguei a tv e sentei em frente a ela, trocando freneticamente de canal sem prestar atenção no que estava passando de verdade. Eu estava pensando, e mesmo assim só me vinham os bons momentos, aqueles em que a gente estava junto e que eu não precisava pensar, ele sabia o que fazia e eu sabia ou apenas gostava de acreditar que eramos feitos um para o outro.
Acabei embalando no sono com esse passado.
Acordei desnorteada com o som do estridente do despertador tocando no outro cômodo.
Taila F. Brasil

Ainda não é sobre mim

Sempre lá... nos corredores. Apesar de sempre não tentar registrar, eu ainda penso. Você. Se é tão simples e tão injusto comigo você não me notar, por que eu ainda me pego pensando em você. Me torturo, um tortura branca, branda que não deixa marcas no exterior. Você não faz nada! Nada que eu queira que você tivesse feito.
Te chamo timidamente para ficar no mesmo lugar que eu, você aparece uma, duas, no máximo três, mas nunca fica. Nunca fica comigo.
Você é diferente, não é que seja dois. Mas se fosse te julgar, te separar e ter que escolher, escolheria seu eu escrito, apesar de querer você ao vivo. Parece que tem mais paixão e que finalmente você se põe a mostra. Nada dança das suas palavras me vejo com você. Nos seus textos, também de amor, que nem sempre entendo, mas... ainda não é sobre mim. (ainda não)

Taila F. Brasil

domingo, 11 de abril de 2010

O que acontece na Lapa...

... fica na Lapa!
Beijo Sem
Marisa Monte e Teresa Cristina
Composição: Adriana Calcanhotto

Eu não sou mais
Quem você
Deixou
Amor (de ver)

Vou a lapa
Decotada
Bebo todas (viro outras)
Beijo bem

Madrugada
Sou da lira
Manhãzinha
De ninguém
Noite alta
É meu dia
E a orgia
É meu bem

Eu não sou mais
Quem você
Deixou
Amor (de ver)

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Me chamaram de egoísta, mas se me conhecessem bem só diriam que eu sou mimada.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

o céu tá caindo?

Chega de lama no meu caminho, não tenho medo de me molhar. Vou pular com tudo nessa poça, dançar nessa chuva que reivindica o que é dela.
Hoje eu não quero dor, vou me desconectar... esses noticiários viciados que só mostram o lado ruim e não adianta trocar de canal, porque a mesma imagem, a mesma tristeza e a única solidão vão continuar. Por isso e mais que isso eu saio nessa chuva sem medo de me molhar.
Eles me viciaram a pensar que tudo ou é ruim ou é bom, só tem um lado ou uma cor.
Hoje eu ponho meus óculos cor-de-rosa e aprecio o que a de bom, mesmo com a lama deixada para trás na correnteza de água límpida.
Não quero ignorar os problemas deixados, mas hoje eu quero um solução. Procuro, mas não sempre. Não culpo, porque a culpa não é só de uma pessoa e não busco a quem culpar. Adianta?

quinta-feira, 1 de abril de 2010

The falling cloud

Adianta falar?
Eu sempre penso o que falo, mas segundo a Lebre de Março isso não é a mesma coisa do que falar o que penso. Já não gosto de ninguém é o que eu penso, mas tem muitas pessoas de quem eu já gostei e, que no fundo, talvez, eu ainda goste.
Não é uma receita de bolo, sempre falam. Para mim tudo é um receita de bolo, só que você não precisa seguir exatamente o que ela diz, às vezes 3 xícaras de farinha podem ser muito e 1 caneca transbordando de açúcar pode ser muito. Jogue um pouco de pimenta é o que eu penso.
Guardar dinheiro? Futuro incerto? Amanhã existe?
Seria melhor ir ao aeropoto e comprar uma passagem para o próximo voo. Não importa para onde.
Deixar as provas, o trabalho e as aulas para trás, seriam passado e ficariam com o resto da minha vida. Eu penso isso.
Fazer compras e ser aleatória, alheio e morrer.
Começar tudo de novo, eu penso: "Se tudo parasse, as coisas iriam continuar mudando?"
Mas: "Se só eu parasse, eu iria continuar mudando ou seria atropelada pelos que continuam em movimento e ser esquecida, deixada para trás? eu iria virar passado? eu iria morrer na minha estática posição?"
Às vezes eu quero parar, mas não quero morrer, só se depois eu puder voltar e acabar com o mistério da Morte.
Eu penso: Será que na morte é melhor que na vida, por isso ninguém volta de lá?
Taila F. Brasil