segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Primeiros capítulos


Culpa minha, deve ter sido.
Não foi a distância, a tolerância, a criança. Sim, eu era uma criança.
Não foi a falta de tesão, paixão ou coração. Eu tenho um, lá no fundo.
Podia ser que hoje funcionasse. Pode pensar-se como um brinquedo, era isso o que era... um brinquedo. E eu, que não sabia brincar, o quebrei. Não sei se foi algo permanente, não posso ter certeza, posso?

Pouco tempo, é o que parece olhando daqui. Apesar de já fazer muito tempo sem você, sem ninguém. Descobri a umas semanas que não estou tão quebrada, enferrujada, apenas... tem algo faltando. Alguma coisa que eu tinha, ou que a gente tinha, mas não existe mais, pelo menos foi o que eu senti.
Você continuou... mais uma... mais outra... e ficou, conseguiu o que queria, mas não comigo.
Não sei se o que eu sinto é inveja, de você ter seguido, direto sem nem pensar e eu ter ficado a esperar, esperar... você sabe quanto tempo? de quanto tempo foi meu "luto"? quanto tempo eu fiquei sozinha tentando entender???

Quer saber??

Três anos, Três estranhíssimos anos, com conversas momentâneas e repentinas, esporáticas, é um boa palavra para descrever, as poucas conversas que tivemos, mesmo assim não foram ao vivo e a cores, não foi de carne e osso. Não pude ver sua reação ao ler o que eu escrevia, e que você sabia que era sobre nós, não pude me aproximar e me deixar cair em tentações antigas, te roubar de volta para mim, pegar de volta e consertar aquele brinquedo que eu quebrei quando era mais nova.

Agora que não te acho, não te encontro em lugar nenhum. Só aqui você vai poder ler.
Ainda vou correr por aí, quem sabe atravessando pontes a gente não se encontre novamente.
Daqui a alguns anos podemos nos encontrar no Galeão, eu vindo das minhas férias na Europa e você indo para a sua lua de mel.

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