Às vezes eu penso se eu não sou fútil demais, tô sempre pensando isso. Talvez esse seja o meu jeito, meu jeito de escrever, ou talvez eu só queira me esconder, ficar calada num canto enquanto vejo e ouço tudo ou apenas sonho acordada.
Lógico que não é só isso que penso. Quando leio o horóscopo, cheio de mentiras sobre Vênus e alma gêmea, gosto de acreditar por um momento que essa semana vai ser "a" semana, pena que a realidade não permite que eu continue com os meus devaneios.
Tenho que estudar, eu também penso, não adianta muito, já que a vontade não é tão grande assim. Pode ser até que eu fique pensando numa equação química ou no azul do CuSO4, mas não por muito tempo. Ou penso em como seria se eu não tivesse onde eu estou, fazendo o que for, com pessoas dignas da minha imaginação.
O tempo passa rápido quando eu me desligo, o mundo passa e eu nem vejo, tô mais interessada nesse mundo de faz-de-conta ou na cor que eu vou pintar me cabelo no mês que vem. Fútil fútil fútil! É só me soltar um pouco e dá nisso.
Penso nos livros que eu comprei e ainda não chegaram, no almoço (tô morrendo de fome), no que fazer amanhã, nas maquiagens que eu aindan ão paguei por falta de dinheiro e no tempo gigante que vai levar para elas chegarem e penso em como eu tô com sono e muito afim de dormir em vez de ficar escrevendo meus pensamentos (mas algo maior que eu não deixa).
Penso se tá tão na cara assim que eu gosto daquele garoto, porque minha mãe pergunta freqüentemente sobre ele, penso que logo ele vai tá de namorada nova e eu vou voltar a desaparecer na multidão. Penso se gosto mesmo ou é só atração. Penso demais para agir.
Pelo menos eu existo para pensar.
Taila F. Brasil