terça-feira, 21 de julho de 2009

Azul como o céu e ...

Verde como o sorvete de pistache.

Mesmo sendo um dia frio, me deu uma vontade enorme tomar um sorvete de pistache, lá na praça. O frio me dava uma preguiça enorme de sair de baixo do cobertor e colocar uma roupa para andar até lá, fiquei encolhida por algum minutos, pensando nele.

Ele não me saia da cabeça desde o final das aulas, apesar de que durante elas eu também pensava nele, mas era diferente, agora ele não ia mais estar lá para falar que não é normal e muito estranho os meus cupcakes verdes e azuis, o que ele diria do meu sorvete de pistache... provavelmente diria que nem iria provar, mas depois de toda minha insistência ele iria tomar e com certeza gostar, foi assim com os bolinhos "esquizitos" e afinal, tem como não gostar de sorvete de pistache?

Eu levantei, finalmente, ainda pensava em sua reação quanto ao sorvete verde, coloquei uma roupa correndo, para que a vontade de sair não fosse embora com o primeiro vento que soprasse.

Ao pisar fora de casa, sentir o vento gelado beijar o meu rosto e ao andar contra o vento em direção a praça, lágrimas caiam dos meus olhos fazendo um caminho torto pelas minhas bochechas, que com o vento ficavam mas frias. Ou a lágrima foi por causa do frio ou porque sabia, mas ignorava, que talvez eu nunca fosse mais vê-lo. Talvez num show ou num bar, a culpa era minha, eu é que não quis me aproximar.

Queria que tivesse sido diferente, se eu fosse sua amiga, ia ser a mesma história, ia ser só a amiga para quem você conta de quem gosta e mesmo com coração em mil pedaços eu iria te aconselhar e te ajudar a ter aquela mulher. E eu não fui amiga, ignorava quando o via, falava só o necessário e às vezes nem um "oi!" saia de nossas bocas, mas também não fui o que eu queria, não senti o gosto de tua boca na minha, nem o teu corpo me aquecendo ou você brincando com o meu cabelo. Fui alguém, um pouco mais presente que um fantasma e quase tão ausente como um ninguém.

Cheguei na sorveteria e ao sair dos meus pensamentos pude perceber que minhas lágrimas eram muitas e descontroladas, sequei-as com a manga do meu casaco. Peguei o dinheiro no bolso e pedi meu sorvete de pistache. Ele não estava lá e não estaria, não mais. Nunca mais.


Taila F. Brasil

2 comentários:

Lessa' disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lessa' disse...

Nunca comi sorvete de pistache,cara! ;/

Beeem,existem coisas que não fazemos apenas por medo e ficamos adiando e falando que ainda dá tempo para isso ou aquilo.Mas um dia a gente percebe que o relogio girou e não dá mais tempo de fazer o que a gente não tinha feito por causa daquela coisa idiota,egoista e inimiga: medo.
Mas dá para seguir em frente,o relogio ainda tá girando... ;)

te amo!