segunda-feira, 5 de julho de 2010

Carta

Encontrei uma carta. Estava dentro de um antigo diário. Era a minha letra, eu reconhecia.
Não lembro de tê-la escrito, muito menos de ter a guardado. Mas ela existe.
Nela eu falava que eu te amava, mas não podia mais continuar. Dizia não pensar em mais nada além de você e que isso não me fazia bem, não fazia bem... eu deveria estar pensando em passar de período, pensando na minha família, pensando na minha vida. Dizia que amava como sempre amei, mas tinha que te deixar ir. Talvez fosse isso que você queria, talvez você não me queria mais. Repeti: "Eu te Amo".
Não sei se um dia amei, não sei se um dia você me amou. É o que eu penso agora.
Quem poderia garantir a verdade nas palavras daquela menina, que tinha acabado de fazer 15 anos?
Ela nunca soube o que é o amor, isso foi tirado dela cedo. Lá pelos 2 anos. Desde então eu sempre questionei o "Eu te amo.", eu sempre o condenei. Como alguém que te ama pode te deixar?
Bem, se meu pai, que deveria me amar mais do qualquer outra pessoa e disse que sim, pode me deixar do nada... porque outra pessoa não o faria por menos?
Acho que isso é um "Obrigada, pai!".
Mas de certo modo é um alívio eu nunca ter entregue a carta ou dito algo, seriam apenas mentiras de uma garota de 15 anos.
Taila Figueredo Brasil

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